40-2020
Fonte: REVISTA LATINO-AMERICANA DE PSICOLOGIA CORPORAL: O Trabalho Respiratório como Ferramenta Psicoterapêutica: Uma Revisão embasada na Psicologia Corporal
No. 7, p.83-107. Junho/2018 – ISSN 2357-9692
Destacamos alguns trechos de artigos científicos onde são abordadas experiências e estudos comprovando a eficácia dos exercícios respiratórios:
Lowen (2007) diz que respirar profundamente é sentir profundamente, e que esta respiração tem o poder tocar e libertar sentimentos reprimidos. Boadella (1992) diz que na medida em que as emoções são liberadas, os músculos tensos podem abrir mão de sua função defensiva.
Volpi e Volpi (2003) dão ainda mais um passo ao explicar que na medida em que esta couraça muscular vai sendo diluída, há uma liberação da energia vegetativa e a reprodução das lembranças infantis que podem ser a base do sintoma ou transtorno presente.
Deste ponto de vista, a respiração seria capaz não apenas de diminuir as tensões causadas pelo estado de contração ligado ao pânico e a ansiedade, mas também de levar o paciente a fazer contato com sensações, sentimentos e emoções primitivas e aparentemente destrutivas, aceitá-las e, na medida do possível, permitir que fluam para a esfera da ação, onde deixam de ter domínio sobre o comportamento do indivíduo.
Na testagem de um programa de intervenção cognitivo-comportamental em um grupo de crianças obesas, Luiz (2011) propõe o exercício diário de respiração lenta e profunda com o objetivo de desenvolver nos pacientes um maior controle corporal e lhes proporcionar a sensação de calma. A autora percebeu uma diminuição do consumo alimentar em situações de estresse emocional, o que vinculou ao uso dos exercícios de relaxamento, respiração e reestruturação cognitiva.
De forma geral, o GE apresentou uma diminuição significativa do percentil de obesidade, dos sintomas depressivos e ansiosos e uma melhora na qualidade de vida quando comparado ao GC.
O uso do trabalho respiratório neste contexto pode ter auxiliado no desenvolvimento da consciência corporal e emocional dos indivíduos, acarretando na modificação de seus padrões comportamentais. Boadella (1992) considera que o reequilíbrio da energia emocional está intrinsecamente ligado ao equilíbrio da respiração. Lowen (1984) explica que a terapia bioenergética parte da ideia da existência de uma identidade funcional entre mente e corpo, considerando que qualquer mudança nos sentimentos e comportamentos de uma pessoa acarretaria em alterações no funcionamento do seu corpo, principalmente nas funções da respiração e motilidade.
Por conta disso, busca auxiliar o paciente a tomar consciência de suas tensões musculares e do hábito de reter a respiração.
Desta forma, seguindo a contrapartida desta identidade funcional, o autor sugere a modificação do comportamento através da dissolução das tensões que limitam a respiração e os movimentos espontâneos do organismo.
Ao sugerir o trabalho de respiração profunda como ferramenta complementar ou alternativa para o manejo da dor em pacientes da oncologia, Graner, Costa e Rolim (2010) afirmam que esta técnica visa desviar a atenção do indivíduo de um procedimento doloroso, diminuindo sua ansiedade, proporcionando momentos de alívio da dor, distanciamento da realidade e aumentando sua consciência corporal.
Referências:
LOWEN, Alexander. A espiritualidade do corpo: bioenergética para a beleza e harmonia.
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BOADELLA, David. Correntes da vida: uma introdução à biossíntese. 2.ed.
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VOLPI, José Henrique; VOLPI, Sandra Mara. Reich: da vegetoterapia à descoberta da energia orgone. Curitiba, PR: Centro Reichiano
LUIZ, Andreia Mara Angelo Gonçalves. Efeitos de um programa de intervenção cognitivo- comportamental em um grupo para crianças obesas. 2010. 111 f. Tese (Doutorado em Ciências, Área: Psicologia) – Faculdade de Filosofia, Ciências, e Letras de Ribeirão Preto da USP, São Paulo, 2011. Disponível em: <http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59137/tde-21102013-160131/pt-br.php>. Acesso em 03 mai. 2017.
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Extraídos do artigo científico: REVISTA LATINO-AMERICANA DE PSICOLOGIA CORPORA: O Trabalho Respiratório como Ferramenta Psicoterapêutica: Uma
Revisão embasada na Psicologia Corporal
No. 7, p.83-107. Junho/2018 – ISSN 2357-9692
Edição eletrônica em http://psicorporal.emnuvens.com.br/rbpc
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